quarta-feira, julho 08, 2009

Olhares



Todos queremos ser olhados, ou pelo menos vistos, já disse Milan Kundera, que nos divide em quatro categorias: Os que necessitam do anônimo olhar público, os que querem olhares familiares, os que desejam o olhar do ser amado e os que sonham com os olhares dos ausentes. Acho que me enquadro no segundo grupo, pois importam-me os olhares conhecidos, amigos. Com estes, gosto de dividir coisas leves e belas que tento, nem sempre com sucesso, registrar.

À minha caríssima dúzia (já não é mais meia-dúzia, viram?), informo que estou no “Olhares” (link abaixo – procurar Vilma Santos) com imagens colhidas pelas minhas lentes. Algumas recentes, outras tiradas do fundo do baú, que já estiveram expostas em finados sites de fotografia.

quinta-feira, maio 28, 2009

LEVEZAS (IN?)SUSTENTÁVEIS


Palavra é coisa viva...tem peso, tem gosto, tem cor e tem cheiro, Palavra borbulha, salta, pulsa...palavra junta, separa, mata e cura... Palavra mole, macia, malemolente, dura, fria, quente. Palavra é chumbo ou toda a (in?) sustentável leveza do ser.

LEVEZAS (IN?)SUSTENTÁVEIS

Uma rede
Uma lua
Uma taça

Uma rosa
Uma rua
Uma praça

Uma gota
Uma pedra
Uma pétala

Uma rota
Uma porta
Uma parte

Uma ponta
Um espinho
Uma ponte

Uma pena
Uma fita
Uma peça

Uma cena
Uma fila
Uma tela

Uma letra
Uma estrada
Uma estrela

Uma ilha
Uma milha
Uma trilha

Uma vela
Uma asa
Uma garça

Uma bela
Uma asa
Uma valsa

Um olhar
Um sorriso
Um abraço

Um aceno
Um afago
Um afeto.

quarta-feira, maio 13, 2009

Lua goiana


Vinho chileno, som peruano, rede baiana, lua goiana, alma cigana...


Convido minha caríssima "meia dúzia" a dar uma espiadinha num recanto que no meu coração só perde pra Ilha do Mel...


domingo, abril 19, 2009

MarAmoriMel


http://www.flickr.com/photos/asazul/

Buscando um passeio de trem, descobri um pedaço de céu, cercado de mar por todos os lados, que poderia ser chamado de Paraíso, Marimato, Marivento, Mariflor, Maramor, Marimar, Maricéu... mas se chama Ilha do Mel.Curiosa pela origem do nome, que nada tem a ver com apicultura, ouvi algumas versões que não me convenceram, (se alguém souber, me diga, por favor!), mas acho que é porque o lugar é mesmo doce feito mel.
Descer a Serra do Mar, à velocidade média de 20 km/h, tendo pela janela, beleza de embriagar a alma, conhecer a aconchegante Morretes, cidadezinha linda de morrer, já teria-me encantado; mas, encantada, fascinada, apaixonada, fiquei e estou, pela Ilha doce.
Caminhar, sem preocupação com travessias, por quilômetros de areia sob medida para pés descalços, - lá não circulam carros, motos nem animais de carga; não existem ruas, asfalto nem calçamento – não tem preço.
Fui “conduzida” por Amani, surfista-guia turístico que trabalha em parceria com a Calango Expedições, que por sua vez é parceira (pelo que entendi) da BWT Operadora de Turismo, que também é parceira da Serra Verde e todos em conjunto prestam ótimos serviços que pretendo utilizar outras vezes e recomendar a amigos de alma livre. Além de excelente guia, Amani, o Maninho da comunidade é “pai” de uma linda família que transmite paz e harmonia; é defensor da natureza, engajado em projetos sociais, professor de surfe, querido pelos alunos (que prefere chamar de parceiros de projeto) a julgar pelos espontâneos abraços que lhe dão os “piás” e pela alegria com que o tratam as mães.
Fiquei hospedada na pousada Estrela do Mar, de cara pro reino de Netuno e pro sol poente; lá, aplaudi o amor das pessoas pelos animais; há alimento distribuído pelos jardins para pássaros livres que retribuem a gentileza cantando e encantando; “Noe”, tem gatos bem cuidados e mansos que fazem a festa de crianças e de gente como eu, pois já dizia Jorge Amado, que felicidade é uma rede pra deitar e um gato pra passar a mão (no caso dele, a frase incluía o amor de Zélia).
Vi o espetáculo da lua cheia por trás do bambuzal, tomei café da manhã ao som mágico do bronze de um “mensageiro do vento” que parece entoar uma canção, talvez das “ Encantadas”. (Encantadas é o nome da praia onde fica a pousada e refere-se a uma lenda de sereias); conheci um casal de professores que gostaria de reencontrar; acordei-me antes do sol e vi um homem passeando com marrecos como se fossem cães de estimação; fiquei horas, literalmente, a ver navios e na hora de sair, fui presenteada com um “vôo” de barco.
Na Pousada e Restaurante Fim da Trilha, que transpira arte e bom gosto por todos os poros, comi uma “paella marinera” capaz de fazer Gandhi cometer o pecado da gula.; é que o dono da Pousada é também o “Chef”; enquanto bisbilhotava o local registrando tudo o que podia, com minhas lentes famintas, vi-o belamente paramentado, preparando a tal paella, que leva além de ingredientes de primeira qualidade, mão-cheia de amor pela culinária. “Fim da Trilha” - não poderia haver nome mais significativo, pois de lá não se tem vontade de sair, que o diga o eficiente e simpático garçon que foi passar uma temporada e ali está há dois anos.
Se fosse falar de tudo de bom e belo que vi e senti nessa (quase) Santa Semana, o Blog seria encerrado, por falta de espaço, mas não posso deixar de falar da vista maravilhosa do alto do Farol das Conchas, do nascer de lua na Gruta, do barco chamado “Poesia”, da comida boa do Restaurante Mar e Sol do outro lado da ilha, do “moço do sorriso de menino” que interrompeu sua caminhada para me mostrar, sem pressa alguma, bela seleção de fotos de bichinhos de asas e outras levezas diretamente da câmera, ( o que exige paciência) e noutro dia, cumprimentou-me com carinho de velhos amigos e ainda posou de bom grado, para uma foto com seu parrudo “bassweiller”; que dizer da “caída na vala” (essa é para os ex-colegas do BB) no Morro da Cruz, bem nos braços espinhentos do caraguatá (só pra deixar um pouquinho de sangue e voltar? E do revigorante banho gelado na Bica de Norinho, cercada de juncos e libélulas, das provocantes “papanás” (é assim que os nativos chamam as “minhas” borboletas azuis) exibindo raros balés como a dizer: brindo seu olhar e sua alma, mas não deixo suas lentes me alcançarem.
Ë...depois de tantos presentes dos deuses, posso dizer que esta foi, até agora, a melhor viagem dos meus cinquentinha. Acho que sei onde coMelmorar os cinquentuno...
A quem interessar, aí vai o link com uma amostrinha das mil imagens que colhi:

terça-feira, abril 07, 2009

Sabedoria Indiana


"Quando falar, cuide para que suas palavras sejam melhores que o silêncio"

(provérbio indiano)

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Um Hai-Cai


A tarde vai,

A noite cai,

Estou em paz!!!!

As Caras de janeiro


Há dias venho querendo escrever sobre a beleza de janeiro...ou a beleza de Brasília, ou a beleza das manhãs e das tardes de janeiro em Brasília e arredores, que aqui se chamam “entorno”.
Hoje, que janeiro está por um fio, ou por um dia, eis minhas abobrinhas a gorgolejar.
Janeiro, diz a Wikipédia, primeiro mês do calendário juliano e gregoriano; do latim Ianarius em janeiro, homenagem a Jano (ou Janus), deus romano, o porteiro celestial, representado com duas faces. Tudo a ver com o mês de janeiro, que estaria entre o fechar de um ano e o abrir de outro. Uma face voltada para o passado, outra para o futuro. Em janeiro, às vezes, ainda há tempo para “deletar” alguma burrada feita em dezembro e ainda existe um ano inteirinho para por em prática as boas intenções brotadas na “virada”. É tempo de esperar o carnaval, as férias, os feriados, a páscoa, as festas juninas e todas aquelas datas comemorativas que engordam o mercado e as barrigas. É tempo de esperar novo emprego, novo amor (pra quem acredita nele), nova forma, casa nova, nova vida.
Mas o janeiro que me fascina, passa pela minha janela (ah! como gosto de janelas!) em verdes manhãs cantantes de bem-te-vi a beija-flor, em “encantantes” magentas de sóis poentes, em céus azuis de todos os tons, em quaresmeiras floridas mirando-se em espelhos dágua.
Vai, janeiro! Quando voltares estarei um ano mais vivida, mais serena, mais longe de mim, mais perto do renascer.