terça-feira, julho 05, 2011

Nascente ou poente?




Dois espetáculos, dois momentos de êxtase para seres contemplativos...nascente e poente, cada um com seu encanto...um, força, luz, alegria, esperança do novo...e, por ser novo, incerteza, mistério, avidez, ansiedade...

Outro, despedida, solitude, saudade, nostalgia, segurança do conhecido, do vivido, da missão cumprida...certeza do aconchego, do repouso, da troca de turno... vai-se o sol, vem a lua com as estrelas...

Quisera a esperança do amanhecer com a serenidade do crepúsculo, o brilho da juventude e a solidez da maturidade, a exuberância da primavera e a sobriedade do outono...


sexta-feira, junho 17, 2011

Fala muda



Calo...
e me escuto...
e te escuto...
ouço os gritos do meu silêncio...
ouço ecos de tua crítica
a meu silêncio...
Tens razão.
Às vezes pareço muda...
Apenas pareço...
Quando muda, falo...
Uma fala muda,
de sinais,
de olhares,
de "ares de riso"
como se dizia
em outros carnavais...
Se muda pareço,
de bons motivos careço,
para não calar...
Quando pareço muda,
fico também invisível
para melhor enxergar...
É quando sou muito ego,
muito "in"...
É quando tudo em volta
parece bobo demais...
E corro pra dentro de mim
em busca do feto,
do broto,
da semente,
do ovo,
do embrião,
da faísca,
do fonema,
da fagulha,
da menor partícula
do NOVO...
DE NOVO...



terça-feira, fevereiro 01, 2011

Poema Mudo


Vez em quando as palavrinhas mágicas que me "cutucam" desaparecem...escondem-se entre céus e infernos, deixando a borboleta que habita em mim, de asas duras como mergulhadas em tonel de concreto, ou quem sabe, no túnel do concreto...mas, como todo túnel desemboca sempre em alguma luz, basta um amanhecer de cores vibrantes, um música ao longe, um cheiro bom ou uma flor caída para tornar leves as asas de sonho da bichinha...e então,


na ausência de tudo,

de apenas um flor em pauta

e uma nota de flauta,

nasce um POEMA MUDO...

e à folha em branco,

palavra já não falta.