Quem escreve, sabe como a palavra tem vida própria...Quando quer sair, fica comichando feito um bichinho e não adianta tentar prendê-la, uma hora arrebenta os diques...Às vezes dá uma vontade danada de falar de algo que pra nós é importante mas para outros pode parecer bobagem...então a gente censura, refreia, tenta engolir, mas a idéia fica ali cutucando, aperreando até achar uma brecha e sair...e depois, o que é bobagem, o que é importante? Se o “papa” das letras, Drummond, via em uma pedra no meio do caminho ou numa velha cadeira de balanço, motivo para escrever, porque eu que apenas “escrevinho” como uma válvula de escape e sou “lida” por meia dúzia de amigos, não posso falar da minha primeira romã? Sempre quis ter em meu quintal um pé de romã carregadinho, feito árvore de Natal...Há pouco mais de um ano ganhei uma delicada mudinha, presente da minha cunhada ...plantei, cultivei com o maior carinho, mas descrente de vê-la frutificar...Veio o primeiro botãozinho, fotografei...abriu a flor fotografei...mas o fruto não veio...
Agora, há uns três meses, uma nova florada e a primeira romã...Pra variar, fotografei com vontade de escrever sobre isso...mas vou deixando de lado e a vontade de escrever crescendo junto com a fruta, que está linda e saudável...acho que neste ano terei uma bela árvore de Natal de suculentas bolas rosadas.
Não é que hoje, no caderno Cultura do Correio Braziliense, Fernanda Takai , que muito admiro, escreveu sob o título “Flora” palavrinhas deliciosas sobre jabuticaba e romã? Criei coragem e aqui estou com minha primeira romã. Obrigada, por “aflorar”minha manhã, Fernanda!