quinta-feira, novembro 15, 2007

Mnemo


Mnemo

Branca espuma de algodão
Doce nuvem , coração
De abóbora,
De vidro ou de leão
Flor do mato, flor do “Rio”
“baronesa”, malmequer
“desfolhada”, chão de ipê
Pétala seca, página virada
Retrato marrom, carta amarelada
Primeiro beijo, última noite
Outra mentira, dor de açoite
Quarto minguante, olho crescente
Lua cheia, veia latente
Candeia vazia, alma vadia
Margarida e marguerita
Nove luas, “liberté”
Cuba libre e “igualité”
Quatro queijos, quatro cantos,
um trinado, um gorjeio,
três desejos, muitos contos
Mil e uma noites nuas
Olhos dágua, furta-cores
Sete curvas, sete dores,
Sete quedas,
sete véus e chapeuzinhos
três porquinhos
três marias,
três valias.
bambalalão, Senhor Capitão
Bolinhas de sol, bolhão de sabão
Cheiro de mar, de onda quebrada
Cheiro de mel, balinha esperada
Gosto de sal, gosto de fel
Feliz idade da pedra encantada
Encanto de estrada, viagem, miragem
Olhar de saudade, fechando o portão
Do tempo que o vento leva
Do tempo que o vento traz.
Tudo é memória, tudo é história.

A História é um romance que foi. O romance é a história que poderia ter sido.”
(Edmond e Jules Goncourt)

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