A que o espelho não mostra
nega a cor da pele,
vive à flor da alma
de alma nua, pura
qual Maria, a Madalena
crua em pelo, plena
tempestade e calmaria.
A que o espelho não mostra,
a que abre a porta,
a que rasga o véu,
a que vence o tempo,
a que morde a hóstia
a que estanca o sangue,
a que toma o corpo
a que cospe o verbo,
e descrê do eterno.
A que acata,
afaga e afasta,
grita e sussurra,
rasteja e flutua.
A que o espelho não mostra
em chamas fenece
das cinzas renasce
Acredita e sonha...
Espera...
deseja...
e vibra...
e pulsa...
e vive...
e vive...
Ainda que ouça
da que o espelho mostra:
ÉS MORTA!!!
Nem tudo o que é condenado a morrer, morre.
Nem tudo o que parece morto, é morto.
A grama que parece morta pela seca ou pelo fogo,
aos primeiros pingos de chuva,
renasce, mais verde que nunca...
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