Benditos blogs! Tenho descoberto tesouros!
Desde que me entendo por gente tenho a necessidade de escrevinhar...só há pouco soube que o que muitas vezes fiz é uma valiosa terapia: escrever, escrever sempre...se no final achar que o monstro ta muito cabeludo, rasgar...hoje, deletar. Tenho um caderninho , azul só pra variar, que apelidei o cofre da minha alma. Mantive muito bem escondido e nunca, nunca mesmo havia mostrado a alguém...até que um dia, não muito distante, conhecei alguém que acreditei ser minha outra asa, a metade da laranja, o amor terminal, aquele que não acaba mesmo quando um dos dois velhinhos parte pro outro lado, porque logo o outro vai e lá se reencontram...pois é, certa vez, num gesto patético, como são patéticos todos os gestos apaixonados,(isso não é um lamento, ainda espero recuperar a capacidade de ficar patética, é muito bom!) entreguei ao meu amado, meu caderninho azul dizendo: estou te entregando a minha alma. Depois soube que alma e sentimentos valiam menos que lixo; mas muita coisa boa aprendi com ele; por exemplo: devia mostrar “minha alma” a mais pessoas. Vi que tinha razão; mostrar não dói e ás vezes alivia a dor; minha ou a de quem lê. Digo isso, porque ontem mesmo ouvi de uma colega, palavras que me fizeram sentir um pouquinho útil: “ Vilma suas últimas abobrinhas, levantaram meu astral. Obrigada!” Obrigada, digo eu, pois é isso que importa. Não faço a mínima questão de saber quantos viram, quantos comentários recebi. Importa e muito, quando alguém que realmente vale a pena diz: você me fez rir, você me fez sonhar, você me fez chorar. Bendito seja então esse belo podre mundo virtual que nos oferece, como tudo na vida, o lado bom e o ruim. Meu caderninho continua ativo, bem guardadinho e guardando as coisinhas impublicáveis; mas vim aqui hoje pra falar da facilidade que os blogs nos oferecem para encontrar caminhos das
pedras (preciosas ou de atirar). Das preciosas, descobri uma amostra no “Tantas Palavras” do Correio Braziliense, cantinho de que sou fã confessa: Aí vai:
OUTRA RECEITA
Armando Freitas Filho
Da linguagem, o que flutua
Ao contrário do feijão à João
É o que se quer aqui, escrevível:
O conserto das palavras, não só
O resultado final da oficina
Mas o ruído discreto e breve
o rumo de rosca, a relojoaria
do dia e do sentido se fazendo
sem hora para acabar, interminável
sem acalmar a mesa, sem o clic
final, onde se admite tudo –
o eco, o feno, a palha, o leve –
até para efeito de contrate
para fazer do peso - pesadelo.
E em vez de pedra quebra-dente
Para manter a atenção de quem lê
Como isca, como risco, a ameaça
Do que está no ar, iminente.
Segundo o “Correio” a fonte é: http//asescolhasafectivas.blogspot.com/2006/08/armando-freitas-filho-foto-j.html
Desde que me entendo por gente tenho a necessidade de escrevinhar...só há pouco soube que o que muitas vezes fiz é uma valiosa terapia: escrever, escrever sempre...se no final achar que o monstro ta muito cabeludo, rasgar...hoje, deletar. Tenho um caderninho , azul só pra variar, que apelidei o cofre da minha alma. Mantive muito bem escondido e nunca, nunca mesmo havia mostrado a alguém...até que um dia, não muito distante, conhecei alguém que acreditei ser minha outra asa, a metade da laranja, o amor terminal, aquele que não acaba mesmo quando um dos dois velhinhos parte pro outro lado, porque logo o outro vai e lá se reencontram...pois é, certa vez, num gesto patético, como são patéticos todos os gestos apaixonados,(isso não é um lamento, ainda espero recuperar a capacidade de ficar patética, é muito bom!) entreguei ao meu amado, meu caderninho azul dizendo: estou te entregando a minha alma. Depois soube que alma e sentimentos valiam menos que lixo; mas muita coisa boa aprendi com ele; por exemplo: devia mostrar “minha alma” a mais pessoas. Vi que tinha razão; mostrar não dói e ás vezes alivia a dor; minha ou a de quem lê. Digo isso, porque ontem mesmo ouvi de uma colega, palavras que me fizeram sentir um pouquinho útil: “ Vilma suas últimas abobrinhas, levantaram meu astral. Obrigada!” Obrigada, digo eu, pois é isso que importa. Não faço a mínima questão de saber quantos viram, quantos comentários recebi. Importa e muito, quando alguém que realmente vale a pena diz: você me fez rir, você me fez sonhar, você me fez chorar. Bendito seja então esse belo podre mundo virtual que nos oferece, como tudo na vida, o lado bom e o ruim. Meu caderninho continua ativo, bem guardadinho e guardando as coisinhas impublicáveis; mas vim aqui hoje pra falar da facilidade que os blogs nos oferecem para encontrar caminhos das
pedras (preciosas ou de atirar). Das preciosas, descobri uma amostra no “Tantas Palavras” do Correio Braziliense, cantinho de que sou fã confessa: Aí vai:
OUTRA RECEITA
Armando Freitas Filho
Da linguagem, o que flutua
Ao contrário do feijão à João
É o que se quer aqui, escrevível:
O conserto das palavras, não só
O resultado final da oficina
Mas o ruído discreto e breve
o rumo de rosca, a relojoaria
do dia e do sentido se fazendo
sem hora para acabar, interminável
sem acalmar a mesa, sem o clic
final, onde se admite tudo –
o eco, o feno, a palha, o leve –
até para efeito de contrate
para fazer do peso - pesadelo.
E em vez de pedra quebra-dente
Para manter a atenção de quem lê
Como isca, como risco, a ameaça
Do que está no ar, iminente.
Segundo o “Correio” a fonte é: http//asescolhasafectivas.blogspot.com/2006/08/armando-freitas-filho-foto-j.html
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