Ontem, entre uma exigência e outra, das “providências cabíveis”, do cinzento da minha gaiolinha de concreto, ouvi palavras mágicas: lua azul. Quis saber mais. Ando meio desligada dos noticiários, cansada dos prende-e-solta, da guerrinha de vaidade dos poderes; mas acabei vendo notícias, pesquisando na rede e descobri que pouquinho depois das 22 horas a lua azul seria visível e que lua azul ocorre quando há duas luas cheias em um mês. Para os místicos, o poder da “deusa” é muito maior. Para os poetas, um prato cheio. Para mim, uma revoada de idéias azulzinhas. Queria escrever, fotografar, pintar luas azuis. Procurei o cantinho mais alto do quintal, montei o tripé, vesti um agasalho e fique de plantão. Não vi a lua azul. Vi a deusa dos magos, dos loucos, dos amantes e dos poetas, vestida de manto azul. Vi também uma bola verde, que desconfiei ser um defeito da lente. Não era. Entre mais de cem fotos, a bola aparece muitas vezes e em posições diferentes. Fui dormir com a bola verde me martelando. Hoje corri para ver o jornal, esperando ver a lua azul bem na capa. Talvez alguém falasse sobre a bola verde. Nem na capa, nem em lugar algum. Parece que ninguém deu muita bola às bolas de luz. Mas havia uma história azul de verde vida. O caderno “Cidades”, do Correio Braziliense, sempre traz Histórias, assim mesmo com agá maiúsculo, contadas por Marcelo Abreu. Nada sei sobre ele, sei apenas que conta Histórias como ninguém. Histórias de amores possíveis, verdadeiros, que duram a vida inteira, que vencem Down, Alzheimer, depressão, falta de dinheiro. Histórias de gente bonita sem maquiagem e que sonha apenas morar à beira de um rio bonito com um cachorro; gente que não esconde rugas, cicatrizes, aleijões; sim, aleijões, pois como diz minha amiga Márcia, todo mundo tem. Histórias de gente que vence a morte, que junta cacos de vida e os transforma em belos mosaicos. A História de hoje é sobre André, que depois de vencer batalhas contra o diabetes, quer deixar suas marcas na vida. Plantou uma árvore. Disseram-lhe que a árvore atrairia lagartas. Ele disse que lagartas trazem borboletas e que borboleta é sinal de vida. Disse também que falta ter um filho e escrever um livro. Que Deus o ouça. Que tenhamos olhos e ouvidos para histórias assim e tempo para as luas azuis, vermelhas ou prateadas.
sexta-feira, junho 01, 2007
Lu-a-zu-ver-de-vi-da
Ontem, entre uma exigência e outra, das “providências cabíveis”, do cinzento da minha gaiolinha de concreto, ouvi palavras mágicas: lua azul. Quis saber mais. Ando meio desligada dos noticiários, cansada dos prende-e-solta, da guerrinha de vaidade dos poderes; mas acabei vendo notícias, pesquisando na rede e descobri que pouquinho depois das 22 horas a lua azul seria visível e que lua azul ocorre quando há duas luas cheias em um mês. Para os místicos, o poder da “deusa” é muito maior. Para os poetas, um prato cheio. Para mim, uma revoada de idéias azulzinhas. Queria escrever, fotografar, pintar luas azuis. Procurei o cantinho mais alto do quintal, montei o tripé, vesti um agasalho e fique de plantão. Não vi a lua azul. Vi a deusa dos magos, dos loucos, dos amantes e dos poetas, vestida de manto azul. Vi também uma bola verde, que desconfiei ser um defeito da lente. Não era. Entre mais de cem fotos, a bola aparece muitas vezes e em posições diferentes. Fui dormir com a bola verde me martelando. Hoje corri para ver o jornal, esperando ver a lua azul bem na capa. Talvez alguém falasse sobre a bola verde. Nem na capa, nem em lugar algum. Parece que ninguém deu muita bola às bolas de luz. Mas havia uma história azul de verde vida. O caderno “Cidades”, do Correio Braziliense, sempre traz Histórias, assim mesmo com agá maiúsculo, contadas por Marcelo Abreu. Nada sei sobre ele, sei apenas que conta Histórias como ninguém. Histórias de amores possíveis, verdadeiros, que duram a vida inteira, que vencem Down, Alzheimer, depressão, falta de dinheiro. Histórias de gente bonita sem maquiagem e que sonha apenas morar à beira de um rio bonito com um cachorro; gente que não esconde rugas, cicatrizes, aleijões; sim, aleijões, pois como diz minha amiga Márcia, todo mundo tem. Histórias de gente que vence a morte, que junta cacos de vida e os transforma em belos mosaicos. A História de hoje é sobre André, que depois de vencer batalhas contra o diabetes, quer deixar suas marcas na vida. Plantou uma árvore. Disseram-lhe que a árvore atrairia lagartas. Ele disse que lagartas trazem borboletas e que borboleta é sinal de vida. Disse também que falta ter um filho e escrever um livro. Que Deus o ouça. Que tenhamos olhos e ouvidos para histórias assim e tempo para as luas azuis, vermelhas ou prateadas.
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Um comentário:
bola verde...KRIPTONITA- ‘” :superman”....
SUPER WOMAN - “”super MANA””- é boooommm!!!- pensar...
brincar :- bola de gude ,vidraça
é bom quebrar...
gotas de esmeralda ::que bom chorar, bandeira BOA, bola, futebol,que bom ganhar, caldo de...
cana- verde- que bom beber,
regras de gramática que bom "deletar"...
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