Gente-estrela está por toda parte! Não falo das celebridades. Falo de gente que “faz diferente”, que sabe aonde está indo e vai, porque tem vontade, porque tem força e tem luz própria. E gente assim, contagia, ilumina quem cruza seu caminho.
Essa semana, recebi luz de três dessas estrelas:
Num programa de TV, vi uma artista plástica, cuja arte tive o prazer de conhecer na cidade de Goiás, que, contrariando os moradores de lá, insistimos em chamar de Goiás Velho. Goiandira do Couto( prima de Cora Coralina), pinta com areias da Serra Dourada; usa areia como se fosse tinta e produz beleza, muita beleza, com a mesma simplicidade com que varre a casa sem luxo onde mora sozinha; nunca se casou, nunca teve filhos. Aos noventa e dois anos, cuida da casa, faz a própria comida sem ajuda de ninguém; numa demonstração invejável de mente sadia, desfia um rosário de nomes de países e cidades onde estão muitos de seus belos quadros. Diz que a receita de tanta vida, é viver em paz, não se preocupar com a vida alheia, fazer e desejar o bem. Suas palavras me deram luz.
Um caixa de supermercado, enquanto passava minha compra, conversava sobre estudo, sobre provas com o colega empacotador que parecia não gostar muito do assunto e apenas sorria; e ele insistia: “ tem que estudar, pra melhorar a vida.” Intrometi-me na conversa e perguntei ao conversador: E você? Está estudando? Respondeu orgulhoso que sim e o colega ajudou, dizendo: esse daí tem um mês que não dorme, só estudando. Perguntei de onde tirava tempo, pois passava das 22 horas e até a meia-noite ele estaria ali passando compras e pelo jeito, feliz da vida, bem-humorado e cheio de sonhos e planos. Disse-me que tempo a gente faz, e que a gente consegue tudo que quer de verdade e que seu sonho é se formar e poder olhar pra trás e dizer que valeu todo o sacrifício. Agradeci pelo atendimento, desejei de coração, boa sorte e saí pensando como é bom ver gente que luta. Um verdadeiro Capelo Gaivota, que não se contenta com o que lhe permitem e quer provar que pode muito mais com as asas que tem.Suas palavras me deram esperança.
A terceira luz, na verdade a primeira, vem de uma cabecinha brilhante, de um menino com nome de anjo de apenas 10 anos. Os pais, meus amigos, fazem parte de um grupo raro que não mede distância quando se trata de educação e sabe mostrar o caminho sem deixar de mostrar a margem. Queria mostrá-lo com foto e tudo, mas sei que é meio encabulado e não ia gostar. Mas quero que meus visitantes vejam o que ele fez. Quero destacar que é o trabalho puro, sem retoque, de um menino de dez anos, bem criado em todos os sentidos, que demonstra, com sensibilidade, conhecimento da realidade crua de quem não tem as mesmas condições que ele. Suas palavras me deram alegria! Alegria de saber que nem todas as crianças se perderam na “rede” do “internetês” ke kom seus “floguxos D+”, “euzinhos” e “fotinhas” vem matando o português . Alegria de saber que muitos ainda rejeitam a cabeça de papelão, mesmo sendo esta mais aceitável.
Eis a obra de um cabrinha da peste, danado de iluminado:
Essa semana, recebi luz de três dessas estrelas:
Num programa de TV, vi uma artista plástica, cuja arte tive o prazer de conhecer na cidade de Goiás, que, contrariando os moradores de lá, insistimos em chamar de Goiás Velho. Goiandira do Couto( prima de Cora Coralina), pinta com areias da Serra Dourada; usa areia como se fosse tinta e produz beleza, muita beleza, com a mesma simplicidade com que varre a casa sem luxo onde mora sozinha; nunca se casou, nunca teve filhos. Aos noventa e dois anos, cuida da casa, faz a própria comida sem ajuda de ninguém; numa demonstração invejável de mente sadia, desfia um rosário de nomes de países e cidades onde estão muitos de seus belos quadros. Diz que a receita de tanta vida, é viver em paz, não se preocupar com a vida alheia, fazer e desejar o bem. Suas palavras me deram luz.
Um caixa de supermercado, enquanto passava minha compra, conversava sobre estudo, sobre provas com o colega empacotador que parecia não gostar muito do assunto e apenas sorria; e ele insistia: “ tem que estudar, pra melhorar a vida.” Intrometi-me na conversa e perguntei ao conversador: E você? Está estudando? Respondeu orgulhoso que sim e o colega ajudou, dizendo: esse daí tem um mês que não dorme, só estudando. Perguntei de onde tirava tempo, pois passava das 22 horas e até a meia-noite ele estaria ali passando compras e pelo jeito, feliz da vida, bem-humorado e cheio de sonhos e planos. Disse-me que tempo a gente faz, e que a gente consegue tudo que quer de verdade e que seu sonho é se formar e poder olhar pra trás e dizer que valeu todo o sacrifício. Agradeci pelo atendimento, desejei de coração, boa sorte e saí pensando como é bom ver gente que luta. Um verdadeiro Capelo Gaivota, que não se contenta com o que lhe permitem e quer provar que pode muito mais com as asas que tem.Suas palavras me deram esperança.
A terceira luz, na verdade a primeira, vem de uma cabecinha brilhante, de um menino com nome de anjo de apenas 10 anos. Os pais, meus amigos, fazem parte de um grupo raro que não mede distância quando se trata de educação e sabe mostrar o caminho sem deixar de mostrar a margem. Queria mostrá-lo com foto e tudo, mas sei que é meio encabulado e não ia gostar. Mas quero que meus visitantes vejam o que ele fez. Quero destacar que é o trabalho puro, sem retoque, de um menino de dez anos, bem criado em todos os sentidos, que demonstra, com sensibilidade, conhecimento da realidade crua de quem não tem as mesmas condições que ele. Suas palavras me deram alegria! Alegria de saber que nem todas as crianças se perderam na “rede” do “internetês” ke kom seus “floguxos D+”, “euzinhos” e “fotinhas” vem matando o português . Alegria de saber que muitos ainda rejeitam a cabeça de papelão, mesmo sendo esta mais aceitável.
Eis a obra de um cabrinha da peste, danado de iluminado:
POVO DO NORDESTE
Vou lhe falar sobre o Nordeste
Povo que tem raça
Não tem medo da desgraça
Aproveita a água que é escassa
Povo que mora no sertão
E tem fome de leão.
A política só investe em lugares turísticos
Só ajuda aos ricos
Já no interior
O povo é sofredor
As crianças quando vão para a escola, vão de pau-de-arara
E o político inventa que transporte é coisa cara.
Lá o povo gosta de dançar
Frevo, maracatu, ciranda e boi-bumbá
O povo também gosta de apreciar
Paçoca, carne seca, acarajé e bolo de fubá
Vaquejada não pode faltar
Tem até mundial lá no Ceará.
Lá o povo é fiel
Se comunicava pela literatura de cordel
De capa dura
Feita de xilogravura
E escrevendo todo mundo sacaniou
Com o delegado, Presidente e Senador.
Lá no Maranhão
Tem exploração de ouro e madeira
Também tem a zona canavieira
Lá na Bahia tem milho, coco e bovinos
Cacau, algodão e caprinos
Um povo que tem muita plantação.
O trabalho infantil
No Nordeste tem mais de mil
Crianças raramente vão para a escola
E não é para pedir esmola
É para trabalhar na produção
De milho, arroz e feijão.
Lá no Nordeste nasce
Maranhense, sergipano, alagoano, cearense
Pernambucano, paraibano, baiano, piauiense
Quem nasce no Rio Grande do Norte é potiguá ou norte-rio-grandense
Fale corretamente dessa gente
Pois é um povo que não desiste facilmente.
Você já foi ao Nordeste?
Aposto que não foi no interior
Onde o povo é sofredor
Vamos crescer e mudar esse país
Pois será melhor
Ver o Nordeste ser feliz.