quinta-feira, janeiro 18, 2007
Projeto Pra Daqui a Pouco
De pedra e madeira...muita janela e cortina de renda branca como as casinhas do Paraná...varanda dos quatro lados, com rede pra hora da preguiça; um cantinho pra escrever quadros e pintar poesia...espaço pra muito livro e coisinhas de valor como a mesinha projetada por um dos integrantes da minha “meia dúzia de loucos e santos”: um tronco, uma prancha de madeira uma camada de sementes coloridas, um tampo de vidro, ou quem sabe uma placa de cristal bem tortinha daquelas cortadas da pedra bruta dali de Cristalina.
Um jardim...não! O Jardim...com flor de toda cor pra chamar borboleta e beija-flor, periquito e bem-te-vi , sabiá e quem vier; no cantinho do jardim uma cascata pra ninar; no meio um lampião pras noites sem luar.
Um canteiro de cheiros...alecrim, hortelã, manjericão, capim santo, salsinha, coentro cebolinha.
Pé de manga, de jaca, de maracujá doce, de laranja, de banana, de acerola, de romã pros netos saberem que fruta não “nasce”em bandejinha de supermercado; ainda pros netos, meus ou de quem aparecer, boneca de pano, balanço de pneu no galho da mangueira, cantiga de roda, livrinhos de “Era uma vez.
Cozinha, claro pra soltar a imaginação e agradar ao paladar das visitas.
Quintal pra criar gato, coelho, cachorro, pato, galinha.
E música, muita música! de flauta, gaita, viola ou violão, cantiga de passarinho, vento no taquaral, risada de menino.
Foi sonho, agora é Meu Projeto pra daqui a pouco. Cinco anos voam, como voaram vinte, quarenta, quase cinqüenta.
Pensando em que me ocupar quando deixar a gaiola de concreto, o mundo das capas pretas e das “providências cabíveis”, tive vontade de ter um canto diferente, uma mistura de culinária com pintura, poesia, literatura e fotografia, algo assim como um “Café com Poesia” ou poesia com doce, arte com afeto, letra com açúcar ou coisa parecida... um lugar com a minha cara pra receber a minha preciosa meia dúzia de amigos que acabei de citar... não são sempre os mesmos, pois como naquela velha comparação da vida com uma viagem de trem, em “cada estação tem gente que vai, e gente que vem...uns fazem conosco uma viagem inteira, alguns um pequeno trecho, outros apenas uma estação”... o que vale é que trazem marcas que reconhecemos e deixam outras que não esquecemos; todos eles têm cheiro de flor, brilho de estrela, ouvem os sons do silêncio, conhecem o sabor do azul; é gente que sabe que o tamanho de um livro não se mede em centímetros e que gente não se avalia pela capa e nem vale quanto pesa; é gente que sabe que a primavera precisa do outono.
A essa gente, aviso que está lançada, em terra fértil, a semente do meu sonho projeto. Preparem então as mudas de flores que vão me dar de presente...de preferência descubram quais são as preferidas das borboletas azuis!
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