terça-feira, agosto 01, 2006

Eu, passarinha


Nesse último fim-de-semana muito se falou de poesia, ou melhor, da poesia de Mário Quintana, poeta gaúcho que completaria 100 anos no dia 30 de julho.O Correio Braziliense publicou artigos muito interessantes sobre esse poeta, quando perguntado se nunca quisera ter casa, sempre respondia: “eu moro em mim mesmo”.
Érico Veríssimo o elogiou assim: “Descobri outro dia que o Quintana na verdade é um anjo disfarçado de homem. Às vezes quando ele se descuida ao vestir o casaco, suas asas ficam de fora. (Ah! Como anjo seu nome não é Mário e sim Malaquias”)

Só podia mesmo ser anjo, esse poeta que preferia a lua a qualquer droga e dizia coisas lindas assim:

“Ela (a lua) é a maconha dos poetas. A poesia deveria ser a dos leitores. As pessoas deviam se maconhar de poesia. Fariam, garanto, uma viagem muito mais interessante.”

“As estrelas e as flores são perguntas de Deus”

“Só a poesia possui as coisas vivas”

“Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas...”

“ Se alguém te perguntar o que quiseste dizer com um poema, pergunte-lhe o que Deus quis dizer com este mundo.”

Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação.
“O sorriso enriquece os recebedores sem empobrecer os doadores. “

E o eterno “Poeminha do Contra”

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

Por toda essa beleza e pelo poder de sedução dos títulos de alguns de seus trabalhos (A Rua dos Cataventos, Sapato Florido, Esconderijos do Tempo A Cor do Invisível), apaixonei-me, eu passarinha!

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